Por: Paulo Renato Fernandes Vieira
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Eu e tu criamos um "nós" perfeito

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Um Mau Despertar




Acordei!

Abri a janela. Lá fora o dia está cinzento e chuvoso. Olho para o relógio e apercebo-me que já estou atrasado. É hoje que nos voltamos a encontrar. É hoje aquele dia que tanto eu, como tu esperamos à tanto tempo. Finalmente chegou. É hoje que vou puder voltar a ver-te, vou poder voltar a ver esse teu sorriso, é hoje que poderemos voltar a falar um com o outro.

Finalmente é hoje que o meu olhar volta a brilhar como já não brilha!

Apresso-me, refresco-me com um banho matinal, visto as primeiras calças e t-shirt que encontro, dou uma dentada numa maçã e corro para a porta sem sequer me despedir de quem lá está. 

Percorro aquelas estradas que tantas outras vezes percorri, mas nunca com o mesmo destino, nunca com o objectivo que me leva a percorre-las hoje. A viagem que outrora era curta e sem grandes problemas, hoje tornou-se lenta, sinuosa. Deve ser devido à chuva que se faz cair. 
Aquelas estradas que outrora percorri, hoje têm outra luz, estão mais luminosas, cada cruzamento, cada passadeira, cada estreitamento de estrada...

Aquelas estradas que outrora percorri, hoje parecem outras.

Depois de tanto, correr, lá chego eu, atrasado para não variar. Sabes como sou, é da minha natureza, não conseguir cumprir horários, não que eu queria, ou faça propositadamente, mas é mais forte que eu. 

Lá estás tu, deslumbrante como sempre, sentada à minha espera, como tantas outras vezes aconteceu. Continuas a ser muito pontual. Estás sentada na mesma cadeira, aquela onde nós falamos pela primeira vez! É incrível como a tua memória nunca falha. Aliás tu és incrível.
Neste dia chuvoso, tu és o meu raio de sol, a luz que me ilumina, a estrela que me guia. 

Tu continuas a ser simplesmente tu. 

Começo por pedir-te desculpa pelo meu atraso e, como sempre aconteceu, tu nem ligas, simplesmente abraças-me e dizes que sentes saudades minhas. A nossa troca de olhares é algo de incomparável, jamais algo pode ser comparado a este momento. Finalmente um momento só nosso. Um momento em que o mundo deixa de existir, e só existimos nós. As nossas conversas, o teu sorriso, tudo continua igual, tudo continua insuperável. 

Estávamos a conversar, quando como por pura magia, tu já não estás lá, ao meu lado. Desapareceste como se nunca lá tivesses estado. Mas o quê que se passou? Estava eu a alucinar?

Ups!! 

Pelos vistos adormeci, encostei a cabeça por breves instantes na secretária e lá fiquei, o dia tinha sido desgastante. Pelos vistos tudo não passou de um sonho, de um sonho bom, que não passou disso, de mais um sonho. Levanto-me, e com as lágrimas na cara, dirijo-me para conforto da minha cama e hoje como em tantas outras noites, é neste conforto que as lembranças de ti surgem, é neste conforto que a saudade de ti aparece. É neste conforto que começo a voltar a sentir os olhos pesados para voltar dormir.


Voltarei a sonhar contigo, como tantas outras vezes o fiz, isso é certo porque tu, não passas de um eterno sonho que teima em ser real!!